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pais lendo com filha

Clássicos infantis que marcam gerações

01/09/2025

Personagens como Emília, Pedrinho e Narizinho fazem parte da memória afetiva de milhões de brasileiros. A obra de Monteiro Lobato, especialmente o universo do Sítio do Picapau Amarelo, é um exemplo de como a literatura brasileira infantil se consolidou como ferramenta de aprendizado, imaginação e preservação cultural. Ao lado dele, outros autores e títulos consagrados continuam a despertar o gosto pela leitura e a formar gerações de leitores críticos e criativos.

O legado de Monteiro Lobato e seus personagens

O ponto de partida para compreender os clássicos da literatura infantil brasileira é inevitavelmente Monteiro Lobato. Publicadas a partir da década de 1920, suas histórias mesclaram elementos do folclore, da cultura popular e do cotidiano em narrativas que até hoje despertam curiosidade e afeto.

Emília, a boneca falante de pano, simboliza irreverência e criatividade; Dona Benta, a avó atenciosa, representa a sabedoria; enquanto Tia Nastácia transmite os valores da tradição oral brasileira. Esses personagens dialogam com o imaginário infantil e reforçam a importância de conectar crianças à própria cultura.

Além de divertir, o Sítio do Picapau Amarelo também educa. As aventuras dos protagonistas abordam temas como amizade, ética, coragem e respeito ao próximo. Ler Lobato é revisitar a formação de uma identidade literária nacional voltada para crianças, que até hoje influencia novos autores.

Outras obras que se tornaram clássicos

Após o marco deixado por Lobato, diferentes escritores ampliaram o repertório da literatura brasileira para crianças. Entre eles, destaca-se Ana Maria Machado, autora de Menina Bonita do Laço de Fita. Publicada em 1986, a obra celebra a diversidade racial e incentiva o respeito às diferenças. O enredo delicado e simbólico é referência até hoje em escolas e famílias que buscam estimular valores de inclusão e autoestima.

Outro exemplo é Lygia Bojunga, vencedora de prêmios internacionais como o Hans Christian Andersen, considerada o “Nobel da literatura infantil”. Sua obra A Bolsa Amarela aborda de forma criativa questões universais da infância, como o desejo de crescer, a busca por identidade e a valorização da imaginação.

Já Pedro Bandeira, autor de grande sucesso entre crianças e adolescentes, marcou a literatura brasileira com livros como O Fantástico Mistério de Feiurinha. Além de entreter, ele instiga reflexões sobre a importância das histórias no desenvolvimento do pensamento crítico.

Até mesmo o universo dos quadrinhos se transformou em um clássico. Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica, construiu personagens que acompanham as crianças desde a alfabetização. Suas histórias em quadrinhos são acessíveis, educativas e refletem temas do cotidiano infantil, o que garante sua permanência no imaginário cultural. “Clássicos infantis da literatura brasileira ajudam a criança a compreender valores, emoções e a própria identidade cultural”, afirma Mariana Ribeiro, coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais da Escola Moura Jardim, de São Paulo.

Mensagens e valores transmitidos pelos livros

Mais do que entreter, as obras clássicas da literatura brasileira transmitem ensinamentos profundos. Menina Bonita do Laço de Fita, por exemplo, ensina o valor da diversidade, enquanto A Bolsa Amarela explora a importância da imaginação e da autonomia infantil.

Ziraldo também merece destaque, com títulos como O Menino Maluquinho. Sua narrativa, divertida e poética, apresenta um protagonista que simboliza irreverência e ternura, ao mesmo tempo em que trata de temas como amizade, descobertas e amadurecimento.

Essas obras contribuem para que crianças compreendam sentimentos complexos, aprendam a lidar com frustrações e descubram a importância do respeito ao próximo. O caráter formador da literatura se revela justamente nessa capacidade de unir emoção, fantasia e aprendizado. A coordenadora Mariana Ribeiro reforça que “quando as crianças têm contato com histórias que refletem sua própria realidade cultural, criam uma relação de pertencimento e passam a valorizar ainda mais a leitura”.

Literatura brasileira como patrimônio cultural

Outro aspecto fundamental é o papel da literatura brasileira na preservação de tradições. Autores como Lobato e Ziraldo incorporaram lendas do folclore, personagens míticos e expressões culturais em suas narrativas. O saci-pererê, a cuca e o curupira são figuras que ultrapassaram gerações e continuam a fazer parte do imaginário coletivo graças à literatura.

Esses livros funcionam como pontes entre passado e presente, transmitindo valores e símbolos da cultura nacional para novas gerações. Ao mesmo tempo, mantêm viva a riqueza da oralidade e das histórias regionais, oferecendo às crianças a oportunidade de reconhecer sua identidade dentro de um mundo globalizado.

Obras para diferentes faixas etárias

A diversidade da literatura brasileira infantil garante opções adequadas para cada etapa da infância.

Primeira infância: livros ilustrados e de fácil compreensão, como os de Sylvia Orthof (A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda), introduzem a leitura de forma lúdica.

Infância intermediária: obras como O Menino Maluquinho ou Menina Bonita do Laço de Fita trabalham valores e sentimentos com linguagem acessível.

Pré-adolescência: títulos como A Bolsa Amarela e O Fantástico Mistério de Feiurinha exploram questões mais complexas, como identidade, amadurecimento e imaginação.

Essa progressão ajuda a criança a crescer como leitora, fortalecendo não apenas a fluência e a compreensão textual, mas também o interesse genuíno pelos livros.

Os clássicos infantis da literatura brasileira são mais do que narrativas de fantasia. Eles representam um patrimônio cultural que educa, inspira e conecta crianças à sua própria identidade. Ao apresentar obras de autores como Monteiro Lobato, Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Pedro Bandeira, Ziraldo e Mauricio de Sousa, pais e educadores oferecem às novas gerações não apenas histórias encantadoras, mas também valores que permanecem ao longo da vida.

Estimular a leitura desses clássicos é uma forma de introduzir crianças ao mundo da imaginação, da ética e da cultura brasileira. É também uma maneira de fortalecer a autoestima e a curiosidade, elementos essenciais para a formação de leitores críticos e cidadãos conscientes.

Para saber mais sobre literatura brasileira, visite https://www.dentrodahistoria.com.br/blog/educacao/autores-literatura-infantil-brasileira/ e https://www.todamateria.com.br/origens-da-literatura-brasileira/ 

 


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